O Rio de Janeiro ainda está comemorando as Olimpíadas e a Copa do Mundo? O pré-sal.. o pré-sal.. sem o pré-sal não tem Copa do Mundo e Olimpíadas! Carreata.. carreata! É estranho, mas não vemos nenhum governante querendo aparecer agora. E os famosos? Porque não querem fazer carreata? Os milhões do petróleo podem salvar vidas, mas para isso eles não servem.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Sobre a banalização da tragédia, a mídia (des)informativa e a natureza
O Rio de Janeiro ainda está comemorando as Olimpíadas e a Copa do Mundo? O pré-sal.. o pré-sal.. sem o pré-sal não tem Copa do Mundo e Olimpíadas! Carreata.. carreata! É estranho, mas não vemos nenhum governante querendo aparecer agora. E os famosos? Porque não querem fazer carreata? Os milhões do petróleo podem salvar vidas, mas para isso eles não servem.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Contando um causo gaudério: a peleia do leão-marinho sul-americano
Todo ano é assim. Os(as) raparigos(as) de alma forte e guerreira abandonam o rancho da infância lá pelas bandas orietales (Uruguay e Argentina) e rumam às querências do norte. Seguem as frentes frias (corrente das Malvinas) del sur que atravessam as províncias platinas chegando às águas gauchas-lusitanas (São José do Norte e Torres). A invernada aquática acontece quando os macanudos deixam em casa as chinas, que podem estar prenhas ou não, cuidando das crias e seguem seu rumo para não competir com o sustento dos piazitos que aos poucos se atiram ao mar. A partir daí, a peleja é braba. Vão os farrapos a uma longa jornada e nela enfrentam várias frentes. Os perigos do mar, as doenças e o homem. Com este último ficam guasqueando por comida, muitos não resistem aos ferimentos, tomam balaços na testa e muitas vezes são surrados e atacados covardemente pelas costas. Enfim, chegam ao destino desejado (Ilha dos Lobos em Torres e Molhe leste de São José do Norte) onde encontram o aprochego temporário de um lar. Como todo bom castellano, todos os dias cedito já estão reunidos para a peleja diária e para assistir o nascer do sol no horizonte. E assim segue até começar o não desejado verão galego. Por fim, bate a saudade das chinoca véia e dos piazitos, quando retornam a querência amada. Não sem antes enfrentarem inúmeras trincheiras, novamente com o homem.
Sanfelice, D; Vasques, V.C; Crespo, E. A. Ocupação Sazonal por Duas Espécies de Otariidae (Mammalia, Carnivora) da Reserva Ecológica Ilha dos Lobos, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Sér. Zool. (87): 93-100, 1999.
Rosas, F. C. W.; Pinedo, M. C.; Marmontel, M.; Hainmovici, M. Seasonal Movements of the South America Sea Lion (Otaria flavescens, SHAW) off the Rio Grande do Sul Coast, Brazil.Mammalia, t.58, n°1, 1994: 51-59
sábado, 6 de março de 2010
Regra à três
Mas nem sempre a história é escrita dessa forma, as vezes uma trégua, é necessário para continuar a sobreviver.
O termo Simbiose, foi utilizado pelo primeira vez em 1879 pelo Micologista alemão Heinrich Anton de Bary e foi definido como "organismos diferentes vivendo juntos". Desde então o estudo dessa área veio crescendo e demonstrando que a simbiose deu origem a grandes saltos evolutivos, como o surgimento das células eucarióticas e dos cloroplastos nas plantas. O ditado popular "uma mão lava a outra" vem a calhar nesse conto, mas venho aqui para falar de seres que não possuem mãos para serem "lavadas"...
O drama da vida neste teatro evolutivo que vos apresento é encenado pela cigarra Homalodisca vitripennis, e as bactérias hospedadas em seu corpo, a Baumannia cicadellinicola e Sulcia muelleri, numa espécie de "Threesome" estes organismos convivem intimamente, e quando falo de intimidade, viver dentro do corpo de outro talvez seja o máximo de intimidade que se pode alcançar. A cigarra H. vitripennis, como diversos artrópodes que convive com endosimbiontes, possui uma estrutura corporal especializada para isso, o bacterioma, onde residem os bacteriócitos, as células que protegem as bactérias, provem nutrientes, aminoácidos necessários para sua manutenção e são transmitidas maternalmente para a prole.
Claro que viver junto tem suas consequências, como a redução do genoma do endosimbionte, e a inabilidade de viverem separados tanto o hospedeiro quanto o hospedado, tática utilizada para exterminar insetos que muitas vezes se tornam pragas de lavouras, ou vetores de doenças, mas os benefícios desse estilo de vida, neste caso podem ser resumidos em:
A espécie Baummania sintetiza vitaminas e cofatores, enquanto a Sulcia produz aminoácidos, complementando a síntese da Baummania e provendo fonte energética para a cigarra Homalodisca, que se alimenta no xilema de algumas plantas cujo não possuem tais "mantimentos" para a sobrevivência da cigarra.
Neste regra á três, diferente da música do Vinicius de Moraes "regra três", o menos não vale mais...
Referências:
http://www.pnas.org/content/104/49/19392.full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16729848
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC368156/
Letra da música Regra Três
Imagens: Aqui e daqui.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
L. Felipe Benites
Veio a 1° Grande Guerra, e eles deportaram pelo Brasil, e exatamente onde eu não saberia lhes contar. E veio a 2° Grande Guerra e alguns átomos e genes que compõe o meu corpo estavam no corpo de um soldado que conseguiu voltar a sua terra vivo. Por volta de 40 anos no pós guerra, eu nasci e morávamos numa casa com um pátio enorme, num lugar isolado e cheio de árvores, poças de chuva fervilhando de girinos que eu gostava de coletar e observar, e quando meus pais deram para mim e meu irmão um kit de química, aqueles clássicos que vinham algumas soluções ultradiluídas e uns marcadores, como fenolftaleina. Logo que entrei no jardim já estava na fase dos dinossauros, desenhando e principalmente escrevendo textinhos curtos sobre ele. Na 2°série fundei um "clube do dinossauro" que era uma espécie de sociedade Lineana, só que nos fundos da minha casa, e formada por alguns colegas de aula. Era um defensor ferrenho de Darwin e da evolução biológica em 93 ( o mesmo ano que estreou o Jurassic Park).
14 anos depois, estou entre o 5° semestre de Biologia na Unisinos, e já trabalhei coletando resíduos perigosos (lixo), com tratamento de água e efluentes, numa floricultura (por meio dia) e com biologia molecular (por poucos meses). Também escrevo em outros blogs como o Hérois de Plástico, o Jarro de Moscas e O amigo de Wigner.
Minhas contribuições nesse blog passarão pela exobiologia, evolução, por parasitismos e simbioses, algumas das minhas áreas favoritas da Ciência da Vida.
Lembre-se que a minha história, ate certo ponto do tempo e espaço, seja verticalmente ou horizontalmente, pode ter se confundido com a sua e a de todos os outras pessoas e seres vivos. Somos todos aparentados de uma forma ou de outra, e vamos continuar sendo até onde tudo isso virar apenas mais um conto.
Observações: Esse texto foi expeculativo em alguns pontos, mas não se preocupe com isto, foi algo assim mesmo que aconteceu, as evidências apontam para todos esses cenários descritos ao longo da minha (e da sua) história.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Guilherme Cauduro
Meu interesse pela ciência me acompanha desde criança, sempre tive curiosidade de saber como as coisas funcionam (eu era aqueles que desmontavam o trenzinho para saber o que tinha dentro). Escolhi a biologia porque não há nada mais incrível e fascinante que tentar entender um pouco sobre a vida em suas mais diversas formas.
Gosto de praticamente todas as áreas da biologia, mas meus principais interesses estão ligados à evolução, biologia molecular, paleontologia e antropologia biológica. Mas como grande parte dos biólogos também já trabalhei com ecologia (de populações no meu caso), participei de uma pesquisa que realizou um levantamento das plantas exóticas invasoras do bioma pampa.
Infelizmente não estou trabalhando na área de pesquisa devido a problemas de tempo ($), mas logo estarei de volta, pois essa é minha verdadeira paixão.
Bom, voltando ao blog pretendo me esforçar bastante para colaborar com postagens interessantes já que estou dividindo espaço não só com amigos, mas com futuros cientistas, e como também quero algum dia me tornar um (algo um pouco difícil) espero que esse blog possa me ajudar na prática da escrita, da síntese de idéias e que os leitores possam aproveitar ao máximo os textos postados se divertindo, adquirindo algumas idéias novas e talvez alguns conhecimentos.
Eu sempre acreditei que esses conhecimentos gerados pela a ciência e suas descobertas, quando bem aplicados, poderiam realmente fazer alguma diferença na vida da humanidade mesmo quando essas pesquisas são as mais inusitadas e improváveis.
Por isso penso que não devemos nunca perder a curiosidade e a força de vontade na escolha por boas perguntas e principalmente na busca por suas respostas, já que isso pode fazer diferença real em um futuro próximo (ou distante quem sabe?).
Gostaria de terminar essa humilde apresentação com uma bela passagem para os futuros leitores desse blog: “Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você.” (Carl Sagan)
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Gabriela Ávila
Mas que genética que nada! Quando conheci a Ecologia, com suas magníficas inter-relações, o complexo nicho ecológico, os fatores limitantes, as análises de probabilidade, os conceitos de diversidade, riqueza, equitabilidade, a biogeografia de ilhas, sucessão ecológica e os ciclos biogeoquímicos, foi amor à primeira vista! Eis que encontrei meu chão! Aliados a tudo isso, a paixão por tudo que é vivo e o gosto pelos trabalhos em campo foram decisivos para definir o meu perfil.
Trabalhei por dois anos com Limnologia e Ecologia de Peixes, especialmente com banhados (wetlands), no Laboratório de Ecologia de Peixes da Unisinos, sob a orientação do Dr. Uwe Horst Schulz. Lá participei de dois projetos de pesquisa com monitoramento de estoques pesqueiros e avaliação da integridade de rios, arroios (riachos) e banhados visando à conservação, mais especificamente da Bacia do Rio dos Sinos, aqui no Rio Grande do Sul.
Hoje as plantas são o foco dos meus estudos e estou ingressando no Laboratório de Ecologia Vegetal da Unisinos na área de Dendrocronologia (datação das plantas a partir dos anéis de crescimento) com o Dr. Juliano Morales de Oliveira.
Minhas perspectivas para um futuro relativamente próximo estão em duas áreas pelas quais tenho maior interesse: Ecologia da Restauração e Biologia da Conservação. Nelas consigo aliar os conceitos da Ecologia teórica que tanto me fascinam, com a conservação da biodiversidade e a restauração de ecossistemas degradados (uma das maneiras que escolhi para salvar o mundo e virar uma super-heroína!).
Como uma futura ecóloga, sou um “projeto de bióloga” admiradora da natureza, do cheiro de mato! A vontade de fazer ciência e de torná-la absorvível por todas as pessoas (a outra maneira de salvar o mundo!) é que me trouxe até o blog para contribuir com a difusão do conhecimento (e não apenas guardá-lo em forma de paper numa prateleira). Meus posts serão sobre as áreas que já trabalhei, mas especialmente, sobre conservação, ecologia de comunidades e ecossistemas. Espero que nosso blog seja uma fonte muito rica e divertida de conhecimento para todos nós. Até breve!
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Natália Dörr
Antes mesmo da Biologia, já fiz juntamente com o Ensino Médio o Ensino Técnico em Agropecuária. Sim, meus caros, lida do campo! Se precisarem de alguém para capinar e dirigir trator, eu... posso recomendar ótimos colegas! (risos) Brincadeiras à parte, nessa época meu futuro já foi sendo desenhado, tendo sido uma importante parte o fato de eu ter feito o estágio curricular em uma empresa de consultoria ambiental.
Já quando eu entrei na faculdade, todos os caminhos apontavam para a Ecologia. Ainda mais quando começaram as cadeiras de Bioestatística e Matemática Aplicada. Nossa, acreditei que tinha achado meu chão, porque tudo aquilo era simplesmente ótimo!
Mas eis que tal sentimento não durou muito tempo, quando me deparei com a Biologia Molecular. Meus sonhos de criança de viver no mato e ser guarda florestal foram pro espaço, e tudo que eu queria era o dogma central e as maluquices adjacentes. (Não que eu não continue amando uma expedição na mata, é claro!)
Flutuando entre essas áreas, a Microbiologia sempre foi algo que gostei bastante. Talvez por influência do meu pai, que desde que eu me conheço por gente me conta as histórias escabrosas das aulas de microbiologia que ele tinha na faculdade de Veterinária. E foi no meio dessa parafernalha toda que eu entrei no Laboratório de Microbiologia da Unisinos, e lá estou até hoje, trabalhando como bolsista de iniciação científica, orientada pela Dra. Lidia Mariana Fiuza. Eu estou trabalhando especificamente em uma linha de pesquisa que visa o screening de genes e a aplicação de proteínas Cry de Bacillus thuringiensis com potencialidade no manejo integrado de pragas do arroz irrigado. Essa simpática bactéria é conhecida mundialmente pela sua aplicabilidade entomopatogênica, mas a variedade de proteínas Cry (de crystal, já que elas são incluídas em um corpo cristalino dentro da célula bacteriana) codificadas por diferentes cepas é imensa, e a busca por variedades que tenham uma alta patogenicidade, mas mantenham a integridade do ecossistema, tem sido muito intensa.
Mas não pense que a Biologia Molecular ficou para trás. Ela certamente é o meu futuro muito próximo. Enquanto não a pratico por completo, gosto muito de ler a respeito, catar artigos, buscar informações e me manter atualizada sobre o assunto. Além dela, curto bastante Biologia Celular, Imunologia e Evolução, e provavelmente os posts que eu fizer aqui no Biologia em Ciência serão dentro dessas grandes áreas.
Aliás, deixe eu aproveitar a oportunidade e vender meu peixe particular. Desde 2009 eu mantenho o Tage des Glücks, um blog onde eu tento versar sobre as áreas da Ciência que eu mais gosto. Não deixe de fazer uma visitinha por lá também, e dar seu comentário, sugestão, etc. (Fim do intevalo comercial).
Voltando ao Biologia em Ciência... Acredito que a proposta do nosso blog em conjunto vai permitir a apresentação e explanação de assuntos bem diversos e complementares, justamente pelos interesses de cada um por agumas áreas específicas e singulares. E isso é o mais bacana de tudo, já que um entendimento verdadeiro da biologia em ciência se dá pela costura de "retalhos" de vários conhecimentos. Fora o pequeno detalhe de que somos grandes amigos também fora do ambiente on-line, então, fazer isso aqui vai ser uma diversão e tanto! Esperamos que assim seja para os queridos leitores também.
E faço minhas as palavras do Nando: conhecimento é para ser dispersado, não mantido encaixotado na academia. E para aqueles com preconceitos formados, quem vos fala é uma futura bióloga de jaleco!