segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sobre a banalização da tragédia, a mídia (des)informativa e a natureza

Será que ninguém vai dizer: chega! Todo o dia me presto a ligar a televisão para realizar o árduo exercício de filtrar informações. Infelizmente, pouca coisa boa me resta. Posso até chamar de “informação residual”. Ler entre linhas, captar o subjetivo. Que seja! O fato é que nem todo mundo exercita-se assim. A maioria pluga-se na TV e tomam altas doses de (des)informações. Tornam-se receptoras do receptor de sinal. Ora bolas, quando vejo o Fausto e um grupo de “Barbies” globais dizer que o problema do Morro do Bumba foi o lixo que as pessoas tocam na rua me indigna. Não bastasse isso, uma das “ativistas” que depuseram no programa disse mais ou menos assim: “As pessoas tem que pegar o seu lixinho por no saquinho e depositar na lixeira”. Custa dar a informação correta? Parte do Morro do Bumba é ou foi constituído basicamente desse lixinho que minha cara global põe no saquinho e entrega para o lixeiro levar. Minha crítica nesse texto é pela informação incorreta e não pela atitude em separar o lixo e depositar na lixeira. Atitude que deveria ser automática e vir de berço, mas infelizmente não é assim. Bom, isso é só uma parte. A outra é a natureza. A natureza malvada que faz chover demais, que cria tufões, tornados, secas, etc. onde não deveria. Será? Estamos em tempo de aquecimento global (modístico) e infinitas outras malvadezas naturais. Acho que a campanha para vender o “produto meio ambiente” está um pouco paradoxal. Na telinha seguido se ouve: a natureza que destrói, a natureza não mede esforços, a natureza agride, a natureza se volta contra o homem, dentre outras. Para mim, natureza é algo que ocorre ao natural, espontâneo e sem vontade própria. Como pode a natureza ser vingativa? Como pode revoltar-se contra algo ou alguém? Meus caros, me desculpem, mas quem tem má índole nessa história é aquele que tem o dom da dissimulação, é aquele capaz de por o dinheiro na cueca, de apoiar a ditadura e depois concorrer ao governo (pior é apoiar a ditadura no governo Médici e depois pedir liberdade de expressão em horário nobre.. plim, plim), matar duas cidades inteiras com uma bomba atômica e depois dizer que é a voz da democracia (aliás, essas pessoas foram democráticas e escolheram morrer assim ou nascer defeituosas?). Me revolta a atitude cada vez mais cara-de-pau do Homo sapiens sapiens. Me revolta saber que o público é um fantoche televisivo. Me revolta ter que escrever sobre isso. Pra terminar acho que a culpa é do Lula. Tudo que ocorre de errado nesse país é culpa do Presidente. Afinal, é mais fácil culpar quem tem pouco estudo. Ah, por falar nisso...



O Rio de Janeiro ainda está comemorando as Olimpíadas e a Copa do Mundo? O pré-sal.. o pré-sal.. sem o pré-sal não tem Copa do Mundo e Olimpíadas! Carreata.. carreata! É estranho, mas não vemos nenhum governante querendo aparecer agora. E os famosos? Porque não querem fazer carreata? Os milhões do petróleo podem salvar vidas, mas para isso eles não servem.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Contando um causo gaudério: a peleia do leão-marinho sul-americano


Todo ano é assim. Os(as) raparigos(as) de alma forte e guerreira abandonam o rancho da infância lá pelas bandas orietales (Uruguay e Argentina) e rumam às querências do norte. Seguem as frentes frias (corrente das Malvinas) del sur que atravessam as províncias platinas chegando às águas gauchas-lusitanas (São José do Norte e Torres). A invernada aquática acontece quando os macanudos deixam em casa as chinas, que podem estar prenhas ou não, cuidando das crias e seguem seu rumo para não competir com o sustento dos piazitos que aos poucos se atiram ao mar. A partir daí, a peleja é braba. Vão os farrapos a uma longa jornada e nela enfrentam várias frentes. Os perigos do mar, as doenças e o homem. Com este último ficam guasqueando por comida, muitos não resistem aos ferimentos, tomam balaços na testa e muitas vezes são surrados e atacados covardemente pelas costas. Enfim, chegam ao destino desejado (Ilha dos Lobos em Torres e Molhe leste de São José do Norte) onde encontram o aprochego temporário de um lar. Como todo bom castellano, todos os dias cedito já estão reunidos para a peleja diária e para assistir o nascer do sol no horizonte. E assim segue até começar o não desejado verão galego. Por fim, bate a saudade das chinoca véia e dos piazitos, quando retornam a querência amada. Não sem antes enfrentarem inúmeras trincheiras, novamente com o homem.


Referências:


Sanfelice, D; Vasques, V.C; Crespo, E. A. Ocupação Sazonal por Duas Espécies de Otariidae (Mammalia, Carnivora) da Reserva Ecológica Ilha dos Lobos, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Sér. Zool. (87): 93-100, 1999.


Rosas, F. C. W.; Pinedo, M. C.; Marmontel, M.; Hainmovici, M. Seasonal Movements of the South America Sea Lion (Otaria flavescens, SHAW) off the Rio Grande do Sul Coast, Brazil.Mammalia, t.58, n°1, 1994: 51-59

sábado, 6 de março de 2010

Regra à três

Quando estudamos a história evolutiva das espécies, suas interações ecológicas com outros indivíduos e com o meio, sua dinâmica de populações e das comunidades, podemos chegar a conclusão que uma eterna luta é travada na natureza, seja numa floresta úmida, num deserto solitário e escaldante, nas termas submarinas e ácidas ou até mesmo dentro dos nossos do corpos. Um guerra entre presa, predador, e entre indivíduos da mesma espécie, onde somente um sai vencedor...

"Não desista. Lute até o fim!"

Mas nem sempre a história é escrita dessa forma, as vezes uma trégua, é necessário para continuar a sobreviver.
O termo Simbiose, foi utilizado pelo primeira vez em 1879 pelo Micologista alemão Heinrich Anton de Bary e foi definido como "organismos diferentes vivendo juntos". Desde então o estudo dessa área veio crescendo e demonstrando que a simbiose deu origem a grandes saltos evolutivos, como o surgimento das células eucarióticas e dos cloroplastos nas plantas. O ditado popular "uma mão lava a outra" vem a calhar nesse conto, mas venho aqui para falar de seres que não possuem mãos para serem "lavadas"...

Homalodisca vitripennis

O drama da vida neste teatro evolutivo que vos apresento é encenado pela cigarra Homalodisca vitripennis, e as bactérias hospedadas em seu corpo, a Baumannia cicadellinicola e Sulcia muelleri, numa espécie de "Threesome" estes organismos convivem intimamente, e quando falo de intimidade, viver dentro do corpo de outro talvez seja o máximo de intimidade que se pode alcançar. A cigarra H. vitripennis, como diversos artrópodes que convive com endosimbiontes, possui uma estrutura corporal especializada para isso, o bacterioma, onde residem os bacteriócitos, as células que protegem as bactérias, provem nutrientes, aminoácidos necessários para sua manutenção e são transmitidas maternalmente para a prole.

A dupla de endosimbiontes: Baummania (verde) e Sulcia (vermelho)

Claro que viver junto tem suas consequências, como a redução do genoma do endosimbionte, e a inabilidade de viverem separados tanto o hospedeiro quanto o hospedado, tática utilizada para exterminar insetos que muitas vezes se tornam pragas de lavouras, ou vetores de doenças, mas os benefícios desse estilo de vida, neste caso podem ser resumidos em:
A espécie Baummania sintetiza vitaminas e cofatores, enquanto a Sulcia produz aminoácidos, complementando a síntese da Baummania e provendo fonte energética para a cigarra Homalodisca, que se alimenta no xilema de algumas plantas cujo não possuem tais "mantimentos" para a sobrevivência da cigarra.
Neste regra á três, diferente da música do Vinicius de Moraes "regra três", o menos não vale mais...

Referências:

http://www.pnas.org/content/104/49/19392.full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16729848
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC368156/
Letra da música Regra Três


Imagens: Aqui e daqui.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

L. Felipe Benites

A minha historia começou cedo, na verdade foi quando o tempo surgiu, junto com o hidrogênio e todas as partículas pesadas que foram sendo acrescentadas ao cosmos, só posso dizer sobre os primeiros 3 minutos da origem do universo. Depois houve uma expansão acelerada, como se uma fina areia de praia atingisse as proporções de uma cidade enorme. Em meio a isso uma estrela morreu. O que era uma super nova liberou átomos de toda a tabela periódica para o espaço adjacente e formou o nosso sistema estelar, a via láctea. E um Sol e alguns planetas surgiram. Na terceira rocha a partir do Sol, o que veio da união de carbono, hidrogênio e uma coisa ou outra, em algum lago primordial, ou talvez no subterrâneo, foi um aglomerado orgânico que começou a metabolizar a rocha, os gases a sua volta. um dia algumas dessas moléculas proclamaram sua independência e se tornaram sozinhas. Alguns bilhões após, numa indigestão acidental, uma bactéria ficou preso dentro de outra, e surgiu uma mitocôndria que iria fazer parte de minhas células (e das suas). Após cansar de viver em agua salgada, algum parente antigo resolveu subir a terra, onde aparentemente era mais seguro. Alguns morreram (como sempre) e outros sobreviveram. Um dia grandes répteis dominaram o planeta, enquanto meus antigos viviam em tocas ou troncos caídos. Até o grande meteoro. Muito tempo depois, quando já eram os primatas que andavam pela África, eles decidiram descer das árvores e rumar a savana. Muito, mas muito tempo mesmo depois, entre a Espanha e Portugal alguns velhos parentes se conheceram, e após um copo ou dois de vinho, mais um novo parente foi acrescentado à minha história.

Veio a 1° Grande Guerra, e eles deportaram pelo Brasil, e exatamente onde eu não saberia lhes contar. E veio a 2° Grande Guerra e alguns átomos e genes que compõe o meu corpo estavam no corpo de um soldado que conseguiu voltar a sua terra vivo. Por volta de 40 anos no pós guerra, eu nasci e morávamos numa casa com um pátio enorme, num lugar isolado e cheio de árvores, poças de chuva fervilhando de girinos que eu gostava de coletar e observar, e quando meus pais deram para mim e meu irmão um kit de química, aqueles clássicos que vinham algumas soluções ultradiluídas e uns marcadores, como fenolftaleina. Logo que entrei no jardim já estava na fase dos dinossauros, desenhando e principalmente escrevendo textinhos curtos sobre ele. Na 2°série fundei um "clube do dinossauro" que era uma espécie de sociedade Lineana, só que nos fundos da minha casa, e formada por alguns colegas de aula. Era um defensor ferrenho de Darwin e da evolução biológica em 93 ( o mesmo ano que estreou o Jurassic Park).
14 anos depois, estou entre o 5° semestre de Biologia na Unisinos, e já trabalhei coletando resíduos perigosos (lixo), com tratamento de água e efluentes, numa floricultura (por meio dia) e com biologia molecular (por poucos meses). Também escrevo em outros blogs como o Hérois de Plástico, o Jarro de Moscas e O amigo de Wigner.
Minhas contribuições nesse blog passarão pela exobiologia, evolução, por parasitismos e simbioses, algumas das minhas áreas favoritas da Ciência da Vida.
Lembre-se que a minha história, ate certo ponto do tempo e espaço, seja verticalmente ou horizontalmente, pode ter se confundido com a sua e a de todos os outras pessoas e seres vivos. Somos todos aparentados de uma forma ou de outra, e vamos continuar sendo até onde tudo isso virar apenas mais um conto.

Observações: Esse texto foi expeculativo em alguns pontos, mas não se preocupe com isto, foi algo assim mesmo que aconteceu, as evidências apontam para todos esses cenários descritos ao longo da minha (e da sua) história.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Guilherme Cauduro


Meu nome é Guilherme Cauduro sou graduando em Ciências Biológicas, na Universidade do Vale dos Sinos - RS.
Meu interesse pela ciência me acompanha desde criança, sempre tive curiosidade de saber como as coisas funcionam (eu era aqueles que desmontavam o trenzinho para saber o que tinha dentro). Escolhi a biologia porque não há nada mais incrível e fascinante que tentar entender um pouco sobre a vida em suas mais diversas formas.
Gosto de praticamente todas as áreas da biologia, mas meus principais interesses estão ligados à evolução, biologia molecular, paleontologia e antropologia biológica. Mas como grande parte dos biólogos também já trabalhei com ecologia (de populações no meu caso), participei de uma pesquisa que realizou um levantamento das plantas exóticas invasoras do bioma pampa.
Infelizmente não estou trabalhando na área de pesquisa devido a problemas de tempo ($), mas logo estarei de volta, pois essa é minha verdadeira paixão.
Bom, voltando ao blog pretendo me esforçar bastante para colaborar com postagens interessantes já que estou dividindo espaço não só com amigos, mas com futuros cientistas, e como também quero algum dia me tornar um (algo um pouco difícil) espero que esse blog possa me ajudar na prática da escrita, da síntese de idéias e que os leitores possam aproveitar ao máximo os textos postados se divertindo, adquirindo algumas idéias novas e talvez alguns conhecimentos.
Eu sempre acreditei que esses conhecimentos gerados pela a ciência e suas descobertas, quando bem aplicados, poderiam realmente fazer alguma diferença na vida da humanidade mesmo quando essas pesquisas são as mais inusitadas e improváveis.
Por isso penso que não devemos nunca perder a curiosidade e a força de vontade na escolha por boas perguntas e principalmente na busca por suas respostas, já que isso pode fazer diferença real em um futuro próximo (ou distante quem sabe?).
Gostaria de terminar essa humilde apresentação com uma bela passagem para os futuros leitores desse blog: “Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você.” (Carl Sagan)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Gabriela Ávila

Olá! Muito prazer! Meu nome é Gabriela Ávila, tenho 21 anos e, como todos aqui no blog, sou uma amante da Biologia. Escolhi essa ciência aos 12 anos de idade quando, na escola, tive aula sobre “seres vivos” e me apaixonei pelos cetáceos (os queridinhos golfinhos...). A partir de então tinha decidido meu futuro e, finalmente, no Ensino Médio (reta final pro vestibular) descobri na genética um lugar legal pra mim! Pois que entrei na Biologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) em busca dessa grande área.
Mas que genética que nada! Quando conheci a Ecologia, com suas magníficas inter-relações, o complexo nicho ecológico, os fatores limitantes, as análises de probabilidade, os conceitos de diversidade, riqueza, equitabilidade, a biogeografia de ilhas, sucessão ecológica e os ciclos biogeoquímicos, foi amor à primeira vista! Eis que encontrei meu chão! Aliados a tudo isso, a paixão por tudo que é vivo e o gosto pelos trabalhos em campo foram decisivos para definir o meu perfil.
Trabalhei por dois anos com Limnologia e Ecologia de Peixes, especialmente com banhados (wetlands), no Laboratório de Ecologia de Peixes da Unisinos, sob a orientaçã
o do Dr. Uwe Horst Schulz. Lá participei de dois projetos de pesquisa com monitoramento de estoques pesqueiros e avaliação da integridade de rios, arroios (riachos) e banhados visando à conservação, mais especificamente da Bacia do Rio dos Sinos, aqui no Rio Grande do Sul.
Hoje as plantas são o foco dos meus estudos e estou ingressando no Laboratório de Ecologia Vegetal da Unisinos na área de Dendrocronologia (datação das plantas
a partir dos anéis de crescimento) com o Dr. Juliano Morales de Oliveira.
Minhas perspectivas para um futuro relativamente próximo estão em duas áreas pelas quais tenho maior interesse: Ecologia da Restauração e Biologia da Conservação. Nelas consi
go aliar os conceitos da Ecologia teórica que tanto me fascinam, com a conservação da biodiversidade e a restauração de ecossistemas degradados (uma das maneiras que escolhi para salvar o mundo e virar uma super-heroína!).
Como uma futura ecóloga, sou um “projeto de bióloga” admiradora da natureza, do cheiro de mato! A vontade de fazer ciência e de torná-la absorvível por todas as pessoas (a outra maneira de salvar o mundo!) é que me trouxe até o blog para contribuir
com a difusão do conhecimento (e não apenas guardá-lo em forma de paper numa prateleira). Meus posts serão sobre as áreas que já trabalhei, mas especialmente, sobre conservação, ecologia de comunidades e ecossistemas. Espero que nosso blog seja uma fonte muito rica e divertida de conhecimento para todos nós. Até breve!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Natália Dörr

Muito prazer, meu nome é Natália Dörr, tenho 22 anos, e atualmente me escondo (digo, moro) em Farroupilha, na Serra Gaúcha.
Para começar minha apresentação, talvez seja conveniente e auto-explicativo colocar essa frase com que me deparei há um tempinho atrás:
"Bem-aventurados o que aprenderam a ver, no mundo selvagem da natureza, algo para amar, algo com que se maravilhar, algo para reverenciar, pois encontraram a chave para uma fonte inesgotável de recreação e renovação". (Hugh B. Cott)
Ela simplesmente se encaixa perfeitamente na minha vida, já que eu entrei no curso de Ciências Biológicas da Unisinos seguindo minha paixão de criança. Desde pequena eu era insuportavelmente curiosa, e as esquisitices da natureza me encantavam mais que tudo. Hoje, eu realmente tenho uma fonte inesgotável de recreação, e sou muito feliz por isso.
Antes mesmo da Biologia, já fiz juntamente com o Ensino Médio o Ensino Técnico em Agropecuária. Sim, meus caros, lida do campo! Se precisarem de alguém para capinar e dirigir trator, eu... posso recomendar ótimos colegas! (risos) Brincadeiras à parte, nessa época meu futuro já foi sendo desenhado, tendo sido uma importante parte o fato de eu ter feito o estágio curricular em uma empresa de consultoria ambiental.
Já quando eu entrei na faculdade, todos os caminhos apontavam para a Ecologia. Ainda mais quando começaram as cadeiras de Bioestatística e Matemática Aplicada. Nossa, acreditei que tinha achado meu chão, porque tudo aquilo era simplesmente ótimo!
Mas eis que tal sentimento não durou muito tempo, quando me deparei com a Biologia Molecular. Meus sonhos de criança de viver no mato e ser guarda florestal foram pro espaço, e tudo que eu queria era o dogma central e as maluquices adjacentes. (Não que eu não continue amando uma expedição na mata, é claro!)
Flutuando entre essas áreas, a Microbiologia sempre foi algo que gostei bastante. Talvez por influência do meu pai, que desde que eu me conheço por gente me conta as histórias escabrosas das aulas de microbiologia que ele tinha na faculdade de Veterinária. E foi no meio dessa parafernalha toda que eu entrei no Laboratório de Microbiologia da Unisinos, e lá estou até hoje, trabalhando como bolsista de iniciação científica, orientada pela Dra. Lidia Mariana Fiuza. Eu estou trabalhando especificamente em uma linha de pesquisa que visa o screening de genes e a aplicação de proteínas Cry de Bacillus thuringiensis com potencialidade no manejo integrado de pragas do arroz irrigado. Essa simpática bactéria é conhecida mundialmente pela sua aplicabilidade entomopatogênica, mas a variedade de proteínas Cry (de crystal, já que elas são incluídas em um corpo cristalino dentro da célula bacteriana) codificadas por diferentes cepas é imensa, e a busca por variedades que tenham uma alta patogenicidade, mas mantenham a integridade do ecossistema, tem sido muito intensa.
Mas não pense que a Biologia Molecular ficou para trás. Ela certamente é o meu futuro muito próximo. Enquanto não a pratico por completo, gosto muito de ler a respeito, catar artigos, buscar informações e me manter atualizada sobre o assunto. Além dela, curto bastante Biologia Celular, Imunologia e Evolução, e provavelmente os posts que eu fizer aqui no Biologia em Ciência serão dentro dessas grandes áreas.
Aliás, deixe eu aproveitar a oportunidade e vender meu peixe particular. Desde 2009 eu mantenho o Tage des Glücks, um blog onde eu tento versar sobre as áreas da Ciência que eu mais gosto. Não deixe de fazer uma visitinha por lá também, e dar seu comentário, sugestão, etc. (Fim do intevalo comercial).
Voltando ao Biologia em Ciência... Acredito que a proposta do nosso blog em conjunto vai permitir a apresentação e explanação de assuntos bem diversos e complementares, justamente pelos interesses de cada um por agumas áreas específicas e singulares. E isso é o mais bacana de tudo, já que um entendimento verdadeiro da biologia em ciência se dá pela costura de "retalhos" de vários conhecimentos. Fora o pequeno detalhe de que somos grandes amigos também fora do ambiente on-line, então, fazer isso aqui vai ser uma diversão e tanto! Esperamos que assim seja para os queridos leitores também.
E faço minhas as palavras do Nando: conhecimento é para ser dispersado, não mantido encaixotado na academia. E para aqueles com preconceitos formados, quem vos fala é uma futura bióloga de jaleco!